Natal (RV) - Detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato Fernandes, na zona norte de Natal, deram início a um motim na madrugada de segunda-feira (16/01). A revolta ocorre a menos de 24 horas do massacre de 26 presos em uma outra rebelião no Presídio de Alcaçuz, o maior do Rio Grande do Norte. O novo motim seria represália às mortes resultantes da rebelião derivada de uma briga de facções criminosas rivais durante o final de semana.No domingo, dia 15 de janeiro, o Arcebispo de Natal, Dom Jaime Vieira da Rocha, emitiu nota por conta da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz.
Dom Jaime também fez um comentário em exclusiva para o Programa Brasileiro:
“É preciso que nós como pastores, como povo de Deus e como brasileiros, tenhamos a preocupação em fazer com que todos se sintam corresponsáveis na construção de um Brasil melhor. Deve ser ideal de todos os brasileiros construir uma pátria de cidadãos com oportunidades de vida dignas; direitos e deveres para todos e não uma pátria de excluídos e de marginais. É preciso um novo contrato social”.
“As pessoas, às vezes, com seus preconceitos, acham que a população carcerária foi importada de outro lugar, veio de outro planeta, como se não fosse o produto e a consequência da própria conjuntura, da realidade do nosso país, de nossa sociedade. Portanto, os aspectos sócio-políticos, econômicos e todos os aspectos da vida humana precisam ser revistos. Os modelos de produção e da economia sejam mais inclusivos, proporcionando a todos oportunidades e dignidade de vida. Deus nos favoreça. Precisamos realmente refletir sobre isto”.
“Os últimos fatos devem preocupar toda a nação; as pessoas perceberem que os presidiários têm uma família, têm pais, mães e irmãos. Não vieram de outro lugar, não caíram do céu, mas se constituem filhos desta pátria amada, Brasil”.
“Precisamos construir um Brasil que pertença a todos, que garanta dignidade, vida feliz, trabalho, enfim, tudo o que constitui a dignidade da pessoa humana imagem e semelhança de Deus. Que Ele nos proporcione este sentimento de cidadania, de solidariedade e, portanto, de vida cristã. Sentimento cristão que deve inspirar a nossa compreensão do tempo presente”.
(CM)
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