Eles são servidores públicos, trabalham fardados ou descaracterizados, enfrentam longas rotinas e encaram qualquer missão em nome da profissão. É assim a vida dos milhares de policiais que escolheram como profissão a carreira de combater o crime em busca de uma sociedade mais justa e pacata. Eles são policiais e vivem em uma sociedade cada vez mais exigente.
Ser policial já foi uma profissão honrosa, mas hoje seguir essa carreira também é um desafio diário que milhares de homens e mulheres travam no Brasil inteiro. Em Mossoró, a responsabilidade não foge à regra, onde policiais civis, militares, federais e rodoviários federal, mesmo diante das dificuldades voltam para suas casas no final do expediente com a sensação do dever cumprido.
“Ser policial não é tarefa fácil, temos que enfrentar a dura realidade das ruas, no combate à criminalidade, sem saber que a missão vai ser concluída com sucesso ou não. Muitas vezes, a missão foge do planejado e o policial tem que pensar rápido, com coerência, para salvar não só a sua vida, como também de toda a equipe”, disse um policial militar da Ronda Ostensiva com o Apoio de Motocicleta (Rocam).
De acordo com o PM, o grupo que ele trabalha é considerado de risco, uma vez que está sempre à frente do trabalho ostensivo e preventivo, por isso o risco de “baixa” (morte de policiais) é muito grande, apesar de não ter sido registrada nenhuma nos últimos anos em Mossoró.
“Temos muito cuidado com as abordagens, devido a Rocam ser uma equipe de frente de combate. Hoje, na maioria das nossas abordagens somos recebidos à bala pelos marginais. As nossas viaturas são quase todas perfuradas de tiros e se não fosse o treinamento que recebemos a coisa poderia ter proporções graves para a corporação”, destacou.
Devido ser uma profissão onde o sujeito não pode ser exposto, para a própria segurança do policial, a maioria dos entrevistados não autorizou a divulgação dos nomes, entretanto são unânimes quanto à questão dos desafios enfrentados diariamente. Para eles a falta de estrutura do Estado muitas vezes inviabiliza e compromete o trabalho da polícia, seja de qual for a corporação.
Veículos sucateados, falta de combustível, armamento defasado, tecnologia aquém do esperado, salários defasados, dentre outros, são alguns exemplos citados pelos profissionais do combate ao crime, entrevistados pelo O Mossoroense.
Na visão de um delegado, responsável por uma das delegacias de Mossoró, ser policial requer, antes de qualquer coisa gostar da profissão, acima de tudo, tendo que enfrentar a incerteza das ruas, sem saber se vai voltar para casa no final do plantão. “Costumo dizer aos meus policiais que tenham muita prudência quando tiverem de serviço, usando a razão mais do que a emoção, para que tudo saia bem no final”, destacou.
Para o delegado, a polícia, seja ela qual for, trabalha sob forte fiscalização, daí a necessidade de ter um comportamento exemplar e uma conduta inquestionável. “Olha, digo sempre que a polícia é o órgão mais fiscalizado que existe. Somos fiscalizados pelo Judiciário, pelas promotorias, corregedoria, imprensa e pela população. Por isso temos que andar corretamente e ter boa conduta”, concluiu o delegado.
Cb Heronides
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